Definição da distribuição de dividendos da Petrobras será votada na Assembleia Geral Ordinária. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A Petrobras se prepara para um momento crucial nesta quinta-feira (25), quando ocorrerá a votação sobre a distribuição de dividendos na Assembleia Geral Ordinária da companhia. A discussão ganhou força em março, após o anúncio de R$ 14,2 bilhões em dividendos para o trimestre, seguindo o modelo de pagamento mínimo da empresa, mas sem incluir dividendos extraordinários, o que resultou em uma perda significativa de R$ 55,3 bilhões no valor de mercado da Petrobras.

Recentemente, o Conselho de Administração da Petrobras informou que proporá o pagamento de 50% dos dividendos que foram retidos em março. Essa movimentação ocorre em um contexto de orçamento apertado para o governo, que, segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, parece estar com limitações para barrar a distribuição dos dividendos. “O governo já revisou para baixo o arcabouço fiscal, indicando uma possível flexibilização nas restrições anteriormente impostas”, analisa Cruz.

Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, vê essa decisão como um indicativo de melhoria nas perspectivas para a Petrobras. “A aprovação pelo Conselho e pelo presidente Lula de liberar 50% dos dividendos extraordinários sugere que a empresa não vê o pagamento como um obstáculo aos seus planos de investimento futuros”, observa Boragini.

Impacto no Mercado de Ações: A expectativa é que a proposta seja aprovada, segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research. No entanto, Hungria não prevê um impacto imediato significativo nas ações da companhia. “Os preços das ações PETR3/PETR4 já começaram a subir na última semana devido aos rumores sobre a distribuição desses dividendos, indicando que o mercado já pode ter precificado essa possibilidade”, explica. Ainda assim, ele antecipa que desdobramentos positivos podem ocorrer ao longo do ano.

Recomendações para Investidores: Diante deste cenário, Ruy Hungria mantém uma recomendação neutra sobre as ações da Petrobras. “Apesar de reconhecermos o bom momento operacional da empresa e sua capacidade de geração de caixa, os riscos de interferências políticas fazem com que as ações estejam adequadamente precificadas nos níveis atuais”, conclui Hungria.

A reunião da Assembleia Geral Ordinária promete ser decisiva para o futuro financeiro da Petrobras e poderá sinalizar novas direções para investidores e mercado financeiro em geral.

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